Polo Naval

P-71 e P-72 prestes a virar sucata

Plataformas estavam em fase final de construção, mas Petrobras definiu pela não utilização

Divulgação -

Em 2013, no auge do Polo Naval no Rio Grande do Sul, cerca de 24 mil metalúrgicos estavam empregados em Rio Grande e em São José do Norte. A crise na Petrobras, causada pela baixa dos preços no barril de petróleo e na depreciação sofrida pela empresa com a Operação Lava-jato, causou o desemprego de 20 mil destes operários. E o futuro parece cada vez mais devastador. As plataformas P-75 e P-77, estão praticamente concluídas e serão entregues, enquanto a P-71 e P-72, quase em fase final de construção, vão virar sucata. A previsão do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande (STIMMMERG) é de que até o começo do mês de setembro a Gerdau, empresa que venceu o processo de licitação, transfira todo o material dessas duas plataformas para Porto Alegre para iniciar o trabalho de destruição.

Destruição essa que vem, aos poucos, tirando a esperança dos metalúrgicos locais. Benito Gonçalves, presidente do sindicato da categoria, estima que dos 24 mil operários iniciais, apenas 14 mil permaneçam nos municípios de Rio Grande e São José do Norte, sendo 10 mil em situação de desemprego. Com a conclusão da plataforma p-74, 3,2 mil empregados devem ser dispensados até janeiro. Outros 1,3 mil podem perder o emprego até o mês que vem. Assim, a previsão é de que a partir do ano que vem apenas 200 metalúrgicos estejam empregados no Polo Naval, responsáveis pela manutenção do trabalho já realizado.

Segundo Benito, a Petrobras, por meio do presidente Pedro Parente, apresenta má vontade com o Polo Naval da região. A Ecovix, empresa responsável pelas plataformas P-71 e P-72, está há meses em processo de recuperação judicial. A instituição até tinha projeto de uma reestruturação para manter as obras, mas a Petrobras buscou outros caminhos. A outra solução para manter os empregos na região seria a chinesa Cosco, que demonstrou interesse em reativar as obras. No entanto, a estatal brasileira deu para trás e optou mesmo por não utilizar as plataformas.

“A P-71 está pelo menos 50% já concluída e o resto está pronto para montagem. A P-72 falta apenas três blocos para conclusão. Essas plataformas poderiam, sim, ser utilizadas pela Petrobras. Para onde vai o investimento público feito aqui? Compra-se o aço da Gerdau para montagem da plataforma e agora vendemos de volta para eles em preço de sucata”, reclama Benito.

Lideranças da Zona Sul e representantes metalúrgicos na Assembleia Legislativa e Câmara de Deputados compartilham do sentimento de frustração do presidente do STIMMMERG. Uma audiência foi realizada na Assembléia Legislativa na segunda-feira para tentar reverter a situação e manter a soberania nacional do Polo Naval. Agora, o foco das lideranças é barrar essa decisão judicial, que concede à Gerdau o direito de transformar a esperança dos trabalhadores em sucata. Caso isso não aconteça, o futuro para os metalúrgicos será longe da Zona Sul.

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